segunda-feira, 18 de julho de 2011

Geoege Gracie O Injustiçado

                Sou Eduardo Gomes Pereira, faixa vermelha de Jiu-Jitsu, nono grau , tendo aprendido o meu jiu-jitsu com o grande mestre George Gracie, continuando em tal arte desde 1.951, tendo, portanto, mais de sessenta anos de tal atividade e fico muito contrariado e triste, quando ouço ou leio, algo sobre os Gracie que muito fizeram por esta arte, pois sempre citam Carlos e Helio Gracie, e se esquecem de citar o nome do irmão dos mesmos, George, que foi o Gracie que mais lutou nas décadas de 30 e,40 , para provar que o Jiu-Jitsu é a mais perfeita das lutas.
                   Claro que Carlos e Hélio devam sempre ser citados, pois Carlos foi o introdutor do Jiu-Jitsu,no Brasil, aprendido com Maeda, o mestre Koma, ensinando a arte a seus irmãos Gastão,Oswaldo, George e Helio, além de ter feito várias lutas para provar sua técnica e Hélio, foi o maior difusor e o que mais criou novos golpes para completar tal arte e venceu várias lutas de vale tudo contra lutadores de outras modalidades, além de ter lutado com Kimura, campeão mundial, bem mais forte do que ele e com Waldemar Santana, excelente lutador, em sangrento vale-tudo e Waldemar havia sido aluno e lutador da própria Academia Gracie e, era muito forte, pesando mais de quinze quilos do que Helio, e tinha menos  dezoito anos de idade do que tinha Helio. Perdeu as lutas, mas mostrou técnica e raça, mas George também  criou novos golpes, fazendo laboratório com os alunos mais estimados pelo mesmo, como, por exemplo: Eu,o Almir Ribeiro, Luiz Carlos “Frankstein”, Nahun Luiz Rabay, Zoroastro, José Pinto e mais uns dois ou três, que fomos dos primeiros a tomarmos aulas com ele, na Academia que montou na Rua Senador Dantas, logo após ter deixado São Paulo, onde dava aulas e fazia lutas, além de ter sido o que mais  vale tudo fez, muitas das vezes com diferença de peso muito grande e  sempre foi o vencedor quando em lutas  contra outras modalidades e apenas empatou com dois fabulosos lutadores japoneses, Takeo Iano e Ono, que chegaram ao Brasil depois do Conde Koma e  que além de serem mestres do Jiu-Jitsu japonês, pesavam bem mais que George e assim, ajudou, e muito, a elevar o nosso Jiu-Jitsu, e apenas perdeu para Pedro Hemetério, mestre do próprio Jiu-Jitsu aprendido com os Gracies e que foi Professor na  Academia Gracie e em São Paulo tinha sua própria Academia e era bem mais novo  que George que, na época, tinha mais de quarenta anos.       

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                        George sempre recebia bem a qualquer lutador que quisesse testar seus alunos e, por tal, era estimado por todos. Na época, entre 1.954 e 1.955, apareceram muitos lutadores que  queriam nos experimentar  e também alguns  elementos grandes e fortes que eram da Polícia Especial,inicialmente levados pelo Lutador apelidado de “Passarito”, muito bom lutador de vale tudo, que também era da Polícia Especial e tais policiais tinham boa cultura, mas quando eram chamados para conterem desordens, baixavam porrada em quem estivesse no local, mas não eram  lutadores e, com o passar dos meses, iam  treinar em nossa Academia mesmo sem a companhia de Passarito e todos ficavam deslumbrados, vendo que embora fossem  muito fortes,  dificilmente ganhavam de nós, apesar de sempre lutarmos sem o quimono, que nos facilitaria, mas não valia socos nem pontapés, e tais policiais procuravam aprender nossos golpes e muitos aprenderam a lutar muito bem. Passarito era o único que nos vencia. “Frankstein”entre nós era o único tão forte e pesado quanto eles, além disso, era um tremendo lutador e conseguia ganhar de Passarito, mas nós todos,realmente tínhamos muita técnica, principalmente Almir Ribeiro, mas o melhor lutador entre nós, era o Nahum Luiz Rabay, que acredito que ganharia , até em vale-tudo,da maioria de qualquer lutador da categoria dele, até 66 quilos . Nahum Luiz tinha casa também em São Paulo e lá, onde o Jiu-Jitsu tinha poucos adeptos, já no fim da década de 50, ele e Pedro Hemetério eram os mais famosos. Na época eu pesava 60 quilos e Nahum sempre me ganhava, mas eu dava trabalho em nossas lutas.
                             Pelo exposto é que faço um apelo aos sobrinhos do Mestre George, Robson, Rorion, Royce, Rickson,Royler,  e outros, para que, ao falarem  dos que muito fizeram pelo Jiu-Jitsu, não se esquecerem do tio George Gracie, para que não continuem as injustiças !




5 comentários:

  1. Caro Mestre Eduardo Pereira creio que seu apelo foi atendido, verifique o link:
    http://www.bjjheroes.com/pt-br/lutador/george-gracie
    Ainda não pratico o jiu-jitsu, nem outro esporte, mas atualmente venho admirando a História da família Gracie.
    Atenciosamente,
    Hermógenes Mafra
    Func. Público em Rio Branco_Acre

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  2. Mestre Eduardo Pereira,sou genro do mestre Nahum, transcrevo suas palavras: aqui estou, Nahum Luiz, feliz pelas lembranças, morando no interior de São Paulo na cidade de Catanduva. Meu filho Luiz Nahum Rabay, e o seguidor das técnicas, passadas por mim do grande Mestre George Gracie. Luís contínua levando para o interior de São Paulo as técnicas de George Greice. Continuo como Delegado Nacional da Confederação Brasil de Jiu-Jitsu desde 1994. Membro Efetivo da UBC com grandes sucessos gravados.

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  3. Grande orgulho de fazer parte dessa linhagem de george Gracie,nahum luiz rabay,Carlos Alberto liberi oss

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  4. Meu pai, Rony Manhães, foi aluno do mestre George nos anos 50! Meu pai contava várias histórias dessa época! O mestre George Gracie realmente merece ser mais lembrado! Parabéns Eduardo pela lembrança! Abraço!

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